A comunicação social de ontem divergia sobre se devia escrever flexisegurança ou flexigurança. Á noite, na SIC Notícias, Mário Crespo engasgava-se e revelava o desconhecimento da palavra correcta e a dificuldade em pronunciar flexigurança. Já não bastavam as alterações resultantes da TLEBS (terminologia linguística para os ensinos básico e secundário), uma verdadeira odisseia para a geração que aprendeu pela antiga gramática de língua portuguesa, c0mo ainda agora arranjamos maneira para o dicionário da língua portuguesa contemporânea da Academia das Ciências ficar desactualizado após um trabalho de edição que demorou 13 anos(1988/2001).Sei que estas coisas não interessam os apóstolos do Convento do Beato, (é a nossa sociedade civil…)sempre interessados na competitividade do capital e num Estado mínimo para quem trabalha e generoso para quem investe. Mas esta flexisegurança (ou flexigurança?) parece-me ser um bico de obra. As empresas despedem quando precisam e o Estado paga uma percentagem sobre o vencimento até o trabalhador arranjar novo emprego. No exemplo apresentado, o da Dinamarca, a percentagem é de 90%.Valeu! Venha pois a flexigurança(ou flexisegurança?)Como afirmava o pai da terceira via para o socialismo, Anthony Giddens, o futuro está na capacidade de o Estado repensar a definição de risco, embora no caso português um dos que adoptou esta via original para o socialismo(o ministro do trabalho Vieira da Silva ) tenha do risco uma noção muito original porque perante o mesmo problema a opinião de deputado não é coincidente com a de governante(vidé o caso da reforma da segurança social). Mas pode ser que mude e, se possível, com segurança flexível.