Quando a gente pensa que sabe todas as respostas,vem a vida e muda as perguntas

29
Jun 07

O desvelo e o zelo monásticos com que PS e PSD   olham para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia diz muito do provincianismo e da pacovice com que o assunto é encarado. Na generalidade dos países é dada pequena importância aos burocratas europeus e ás suas reuniões. Mas nos países pedintes o assunto merece honras de tema nacional.  Em Portugal vendem a alma à Europa, baixam as armas e preparam-se para seis meses de festa com os vinhos do comendador Berardo e o champanhe do senhor Costa ,escolhidos após o necessário concurso público de acordo com as boas regras a que está sujeito o Estado Português. De resto foi tudo feito, as bebidas e o resto ,como mandam as boas regras. E vamos ter o Tratado com ou sem referendo, assunto que segundo Cavaco, Sócrates e Santana se não deve falar não vá o tema assustar. Assustar a quem? A quem deveria ter a soberania e a palavra final sobre esta matérias: os povos europeus. A Comissão e o Conselho vão reunir muitas vezes e falar muito, sempre com aquele ar majestático  e grandiloquente que colocam, na razão inversa do vazio do que dizem. Onde cabem Portugal e os portugueses neste festim? Os portugueses foram dispensados de se pronunciar quando se tratou de decidir a integração europeia e a moeda única. Outros o fizeram. Em Portugal, em troca de muito dinheiro venderam-nos parte das nossa soberanias. E daí para cá tem sido ,salvo honrosas excepções ,um exercício constante de genuflexão. Quando Durão Barroso, com a cumplicidade de altas figuras do estado português entre os quais Jorge Sampaio, traiu o país fugindo para Bruxelas para ir tratar da sua vidinha , ficou claro  que o país e os portugueses pouco valiam. Por mim, não tenho pachorra para o circo do regime durante os próximos seis meses. Vou lavar a alma com o O´Neill e roubar-lhe a ideia. Estes burocratas viajados, bacteriologicamente puros, muito europeus, que falam muitas línguas, ainda por cima felizes, com poder e com mordomias são um perigo. E vão andar por aí a partir de domingo e durante os próximos seis meses!

publicado por José Manuel Constantino às 10:02

28
Jun 07

O que pode levar alguém que privou com um Presidente da República como seu assessor a anunciar em livro algo que classifica como confidencial? O que quer que seja, e o título até pode ser um mero exercício de propaganda comercial, o gesto não é bonito. E ninguém sai bem na fotografia. O autor que trafica a reserva e discrição que é exigível às funções que exerceu pelo palco mediático. O prefaciador que dá a sua bênção. Resta o confidenciado. Apadrinha o acto? Seria rasteiro e pouco digno. Se é útil para o país conhecer os bastidores da presidência, ou responder a quem sobre a matéria escreveu, então que seja assumido pelo próprio e não por interposta pessoa.

publicado por José Manuel Constantino às 09:47

27
Jun 07

Qual é a necessidade de ser o Estado a gerir os museus, os teatros, ou as orquestras, questionou António Gomes Pinho, presidente da Fundação de Serralves. Acrescento a lista:  que necessidade tem o Estado de gerir campos de futebol, piscinas, pistas, ginásios,pavilhões desportivos , saunas, centros de estágios para desportistas ,auditórios ,bares, restaurantes e pousadas de juventude?Só pode dar em asneira.É um Estado pateta ,iconoclasta,tonto e insensível,que está onde não devia e falta onde era preciso.

 

publicado por José Manuel Constantino às 09:45

26
Jun 07

Os belgas comem mexilhões com batatas fritas pré-congeladas.Parte do peixe e dos crustáceos que cozinham, provém da aquacultura. Desconhecem o que seja dourada ao sal ou robalo escalado apanhado na costa atlântica. Ignoram o que seja cabritinho no forno, choquinhos à algarvia ou jaquinzinhos  fritos. Dobrada com feijão branco ou pezinhos de coentrada nunca lhes passou pelo prato. Mas acham que em nome do activismo higiénico que comanda os destinos europeus   devem proibir o que sempre marcou a nossa matriz alimentar. Têm os polícias da ASAE como aliados, quais pulgas a correrem por feiras e campos de futebol atrás dos couratos assados e das bifanas no pão, dos queijinhos secos ,dos presuntos ou das alheiras caseiras com igual zelo com que combatem a contrafacção das Ralph Lauren,dos Cartier ,dos Rolex dos  Patek Phillipe ou das Louis Vuitton na feira de Carcavelos .São sinais de uma pulsão autocrática de uns tontos, que esta Europa sem destino e sem liderança, triste e penosamente produz.

publicado por José Manuel Constantino às 10:50

25
Jun 07

Junho de 2007. Uma universidade privada. Época de testes. Prova final. Os alunos entram para a sala onde irá decorrer a prova escrita e aguardam a professora. Que entra, mas não vem só. Traz os testes, obviamente, mas é acompanhada por um polícia. Que não vem prestar provas como aluno, mas que assessora a professora na tarefa de vigilância à prova. Permanece na sala durante o tempo que dura a prova , caminhando de um lado para o outro e dissuadindo, com a sua presença, os alunos de eventuais  tentativas de copianços. Passo ao lado da legalidade de tal presença quer no plano de quem requisita tais serviços, quer da corporação policial que os autoriza. Mas interrogo-me a que ponto se chegou para permitir este tipo de absurdos. Da professora, da direcção da universidade e do ministério da educação.

 

 

publicado por José Manuel Constantino às 10:49

22
Jun 07

A política está cada vez mais difícil e complexa. E, por isso, exige muita criatividade e emoção.E alguns sacrifícios.Helena Roseta fez hoje de ceguinha. Não é uma nova maneira de fazer política. No passado um outro candidato tinha mergulhado no Tejo.Com sucesso quanto às suas qualidades de propulsão no meio aquático.Com insucesso quanto ao resultado eleitoral. Mas Helena, amanhã, quem sabe, irá fazer de sem-abrigo e na próxima semana de deficiente motora. Não deixo mais hipóteses por poder sugerir algo deselegante. Mas Lisboa tem uma lista infindável de hipóteses. Sem direitos há muitos e deserdados da sociedade outros tantos.  A experiência de invisual por alguns minutos decorreu de acordo como o guião. Vendou os olhos e procurou caminhar com a ajuda de uma bengala. As dificuldades foram muitas. Surpresa? Para quem dispõe de visão e momentânea e artificialmente a anula o resultado não poderia ser outro. Com ou sem barreiras arquitectónicas. No final concluiu que são muitas as dificuldades e que chegou a ter medo de tropeçar e de cair. Não era isso que estava à espera e não foi para isso que fez de ceguinha?

publicado por José Manuel Constantino às 18:01

21
Jun 07

Aquando da morte súbita do futebolista Féher muito se escreveu e falou sobre a gravidade  e  o elevado grau de insegurança do estádios de futebol(nunca percebi porque só  os estádios e não também os outros equipamentos desportivos )por não possuírem desfibrilhadores capazes de reanimarem situações de crise cardíaca. Havia uma boa dose de demagogia nessa crítica porque em nenhuma parte do mundo existe esse equipamento, e o pessoal necessário para com ele operar, em tudo quanto é estádio de futebol . Mas os suportes avançados de vida têm de existir nas estruturas locais de prestação de cuidados de saúde pública . A situação que hoje é revelada pelo Diário de Noticias é peocupante e dramática: apenas um cada seis centros de saúde é que dispõe deste equipamento. A ser verdade esta notícia estamos perante uma total irresponsabilidade das autoridades de saúde pública. E atendendo a que o custo do  equipamento  é relativamente baixo a sua ausência tem de ser encontrada em outras razões que não a falta de dinheiro.É isso que importa explicar. 

publicado por José Manuel Constantino às 11:51

20
Jun 07

O governo através do Ministério dos Negócios Estrangeiros e no âmbito de um processo de reestruturação e racionalização da rede diplomática procedeu ao encerramento de uma série de consulados e representações de Portugal em vários países e  em várias cidades por esse mundo fora.Alguns dos locais encerrados correspondiam a comunidades onde residem e trabalham milhares de portugueses que fizeram eco do seu protesto quanto aos prejuízos decorrentes desse encerramento. O  mesmo governo que em nome da redução de custos procedeu ao encerramento de dezenas de representações diplomáticas é o mesmo que  acaba de  propor ao Presidente da República a nomeação de um embaixador para a República das Seychelles.  Que interesses portugueses importam salvaguardar na paradisíaca paragem? Não dá para entender.

P.S. O governo esclareceu, mais tarde,de  que não se trata de um embaixador residente mas de um diplomata que tem resposabilidades de representação  em vários países.Antes assim.

publicado por José Manuel Constantino às 10:24

19
Jun 07

O Benfica teve uma época desportiva desastrosa perdendo em todas as modalidades em que participou, salvo no futsal cuja competição ainda decorre. Um melhor trabalho junto da comunicação social tem ajudado a escamotear a realidade desportiva do clube. É difícil encontrar na história do Benfica um ano tão desastroso. Em que tudo em que compete perde. Em qualquer organização responsável os seus quadros superiores seriam responsabilizados pelos maus resultados alcançados. No Benfica, cujas remunerações estão acima do praticado em Portugal, e não têm correspondência com as competências demonstradas em resultados, tudo permaneceu na mesma tendo a culpa morrido solteira. Neste quadro a OPA lançada por Joe Berardo, que se especializou em comprar empresas falidas, é uma acção típica de especulação que a realidade desportiva do clube e a sua realidade financeira em nada justificam. Amor ao clube  que o próprio afirma está transformado “num lar de idosos”? Talvez! Mas esse amor bem podia ser traduzido num reforço do capital social da  SAD ? .Uma coisa é certa: o prestígio e  a influência social que o clube goza não são suficientes para vencer desportivamente. E não vencendo desportivamente qualquer engenharia financeira é sempre sol que pouco dura. Como no clube todos os factores do insucesso desportivo se mantêm a OPA só pode estar dopada!

publicado por José Manuel Constantino às 09:59

18
Jun 07

A centenária Loja das Meias um dos mais emblemáticos espaços comerciais da Baixa Lisboeta está a proceder a saldos do seu recheio. Depois encerrará definitivamente. Os motivos prendem-se com a escassez de clientela e com ela do negócio. Os proprietários abrirão um novo espaço onde esperam negócios que Lisboa já não oferece. Escolheram Luanda. Uma decisão que diz muito sobre o estado a que chegou a capital e o país.

publicado por José Manuel Constantino às 11:28

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Autor: JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
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