Houve um jantar num destes dias. Um jantar sui generis, talvez por não o conseguir definir na perfeição. Não era um jantar de desconhecidos, porque nos conhecíamos brevemente, numa ou outra conversa fugaz, num ou outro trabalho pontual e tirando uma única pessoa – essa sim, minha amiga – , também não era um jantar de amigos. E dei por mim a pensar o que de bom, ou não, um jantar daqueles poderia trazer à minha vida. Eu era a ‘extra’. Era aquela que menos ligações de trabalho tinha com as restantes pessoas e, talvez por isso, aquela que esteve mais disponível para ver ‘de fora’, aquele jantar e a importância do mesmo. Uma das coisas engraçadas de jantarmos com quem mal conhecemos, é que descobrimos características interessantes em certas pessoas que nem imaginávamos que teriam. Descobri, por exemplo, que o rapaz tímido X, afinal não é assim tão tímido enquanto explica de que forma, nos dias que correm, se pode convidar a companheira, ou vice-versa, para uma ‘cambalhota’ sexual… basta, para isso, roçar com seu dedo – convêm ser o indicador, mas se a pressa o atrapalhar, pode utilizar um outro dedo qualquer – na palma da mão da moça que se deseja. Não é difícil perceber, mas aquilo suscitou uma grande gargalhada por imaginarmos a malta, daqui para a frente, a esfregar a palma da mão a torto e a direito.
Descobri uma rapariga conterrânea, que traz nela os traços que revejo nas pessoas da minha terra e que tanto me agrada. É como se tivesse voltado a casa por breves momentos.
Descobri que ‘B’ afinal, é tão galã que nem numa saída de amigos, deixa de lado a oportunidade de tentar algo. Descobri tanto, sobre muitos, que jantares daqueles só podem ser benéficos.
Sei que daqui para a frente, quando naquela empresa houver um problema, aqueles que se juntaram naquele dia, não se vão tratar como simples colegas, ou desconhecidos, porque já não são só colegas ou desconhecidos. Não saíram de lá amigos, mas também não são mais desconhecidos.
Contem comigo para os vossos jantares, porque se há quem ache que essas relações de amizade não são boas para as relações profissionais, eu cá tenho uma opinião divergente!