A caricato da situação não está no facto de Pedro Santana Lopes acusar António Costa de recear perder as eleições e por isso forçar acordos à esquerda, no exacto momento em que o próprio, pelas mesmíssimas razões, celebra acordos à direita. É que com este tom e qualidade políticas, a que se seguirá o já habitual cortejo dos mandatários, dos directores de campanha,das comissões de honra, dos desportistas, dos intelectuais, dos empregados de limpeza e dos almoços e jantares com os taxistas e outras categorias relevantes do povo,pode não haver tempo para discutir as propostas que tornem Lisboa, menos um ritual de propaganda sobre as colinas,a luminosidade e outras banalidades e mais um sítio onde dê prazer ir e voltar. Coisa que de há muito Lisboa perdeu.