Quando a gente pensa que sabe todas as respostas,vem a vida e muda as perguntas

30
Jan 12

É normal que um governo encomende a um escritório de advogados a preparação de um qualquer diploma. Mas já não é tão normal que o mesmo escritório se constitua no principal cliente do governo através do diploma que ele próprio criou. E é anormal que o mesmo escritório de advogados sirva o Estado e ao mesmo tempo ajude a litigar contra o Estado. Tudo tendo como pano de fundo o diploma que criou.

publicado por José Manuel Constantino às 10:24

27
Jan 12

Os feriados, políticos ou religiosos, são referências simbólicas que as pessoas aproveitam não para celebrar o que assinalam, mas para não irem trabalhar. E para fazer umas miniférias se juntos a fins de semana. Exceção ao Natal e à Pascoa e, para uma determinada geração, o 25 de Abril e o 1º de Maio para quem estas data têm alguma celebração. Mas as sociedades também vivem de simbolismos e de tradições. Pelo que a sua alteração não pode obedecer apenas a razões de rendibilidade laboral ou caprichos racionalistas. Num momento de crise e de enorme fragilidade social importa evitar fraturas em que aquilo que se espera ganhar não compensa a turbulência que  desencadeia.E sobretudo não deixar que seja o Álvaro a explicar estas coisas.

publicado por José Manuel Constantino às 12:33

25
Jan 12

José Sócrates teimou em não pedir ajuda externa. Só fez quando não tinha outra saída. Negociou então em condições de enorme fragilidade. E sempre com um culpado: a crise financeira internacional.

Passos Coelho teima em não aceitar pedir um reforço da ajuda internacional, salvo se a conjuntura externa a isso obrigar. Se o tiver que vir a fazer o culpado já está encontrado: são os outros.

O paradoxo desta questão é que, em parte, quer um, quer o outro têm alguma razão. Mesmo que essa razão se traduza na evidência de que independentemnte do que façamos estamos sempre dependentes do que os outros fizerem. Não é novidade. Mas convém  recordá-lo.

publicado por José Manuel Constantino às 17:50

24
Jan 12

Paulo Valente Gomes, hoje nomeado Diretor Nacional da PSP, é o único polícia que conheci, que não é polícia. Explico-me: pessoa afável, prestável, culta, consensual, democrata, civilista e sem derivas de autoritarismo. Sempre que o escutava era-me difícil acomodar à ideia de que estava a ouvir um polícia. Um dia explicou-me que era polícia por vocação e seguindo o trajeto do seu próprio pai. E eu que, por razões históricas e experienciais, nunca fui um admirador da corporação penso sempre no Paulo Gomes quando falo da polícia. E gostaria que ele tivesse sorte nas suas novas funções. Porque saber e competência seguramente que as tem.

publicado por José Manuel Constantino às 18:03

23
Jan 12

Anda por aí muita gente incomodada porque uma deputada, Ana Drago, se deslocou em serviço oficial com viatura e motorista. Confesso que por mais que procure não encontro qualquer motivo de censura.A viatura e respetivo motorista é precisamente para o serviço oficial que devem ser requisitados.Não vislumbro por que razão é notícia. O que seria notícia era o uso de viatura e serviço oficial para fins pessoais e privados. Mas isso, como se sabe, nos dias que correm, já não é notícia.

publicado por José Manuel Constantino às 11:24

20
Jan 12

Por que razão faz o governo desta maneira e não de outra? Por que motivo se escolhe esta pessoa e não aquela? Quando procuramos responder a estas questões fazemo-lo com os elementos de que dispomos. Porque a construção da decisão política é um exercício opaco. O que é público é a decisão. O modo como se chega a ela escapa-nos. Podemos intuir. Mas interpretamos a decisão com os dados disponíveis que são apenas uma parte dos que estiveram na construção da decisão. Normalmente a parte que é disponibilizada por quem decide. O que comporta a possibilidade de erro ou de ter uma opinião diversa caso fosse possível ter todos os elementos que contextualizam a decisão. Obviamente que isso não é possível, embora a gestão democrática de decisão politica recomende que quem governa explique os fundamentos das decisões que toma. Sendo certo que mesmo este procedimento tem naturais limites. 

Este governo quis fazer da contabilidade dos ministros e da constituição dos gabinetes uma marca política distintiva em relação ao anterior governo. Fez mal. Porque ficou prisioneiro de algo que o tempo pode não aconselhar como recomendável. E depois a solução é sempre a de inventar modos de iludir que se não está cumprir o que se anunciou. Mas fez mal também porque o problema que interessa ao país não é o da quantidade de membros dos gabinetes ou do governo é o da necessidade e qualidade do serviço que prestam. Que importa serem menos e a despesa ser menor se o serviço que prestam é pior?

A juvenilização do recrutamento político para a organização do governo e dos respetivos gabinetes de apoio está a ter consequências na qualidade da governação. Pessoas com reduzida maturidade, conhecimento político e até experiencia de vida. Recrutados, em muitas circunstâncias, em gabinetes de advocacia e designados como especialistas, adjuntos ou assessores, os seus currículos e méritos profissionais não casam, em número significativo de casos, com os conhecimentos e competências exigíveis às responsabilidades públicas assumidas. O que prejudica a qualidade da decisão politica que preparam ou influenciam.

A partidarização do aparelho de Estado e da administração pública (jobs for the boys) seria um problema menor se estivesse restringida à cor partidária. E essa não deve ser fator de penalização. O problema é que a essa se junta, muitas vezes, o da impreparação politica e técnica para as funções atribuídas. E essa sensação é insuportável e socialmente censurável. Os ciclos políticos mudam e todos anunciam que com eles a coisa vai ser diferente. Mas, pouco tempo passado, infelizmente, tudo volta à normalidade. Que o mesmo é dizer às práticas que antes se condenavam.

 

Texto publicado na edição de hoje do Primeiro de Janeiro

publicado por José Manuel Constantino às 11:26

19
Jan 12

Numa conjuntura interna recessiva, num mundo em crise e com a hegemonia de teses de governação inspiradas em propósitos neoliberais interrogo-me sobre o que é mais nefasto para os que vivem do seu trabalho e de algum modo precisam de um contrapeso sindical que limite os danos da situação que vivemos: se o facto de UGT ter assinado o acordo de concertação social, de a CGPP o não ter feito ou o espetáculo que se anuncia de insultos e ameaças de tribunal entre as duas centrais sindicais.

publicado por José Manuel Constantino às 18:11

17
Jan 12

Aqui está um curso que seguramente irá ter muitos inscritos.Motivos não faltam.

publicado por José Manuel Constantino às 21:38

16
Jan 12

Discutir o número de nomeações políticas que cada governo faz é um exercício inútil, mas compreensível e exigível a quem fez, como o atual governo, do número dos nomeados, uma questão política relevante. Porque o essencial é o critério e o mérito dessas nomeações. Que importa que o número diminua se a administração do Estado piora?

publicado por José Manuel Constantino às 12:50

13
Jan 12

Um dos produtos mais emblemáticos de Portugal é o pastel de nata e, apesar do seu sucesso, porque é que não conseguimos exportá-lo?”, questionou o ministro da economia Álvaro Santos Pereira, na conferência “Made in Portugal”, promovida pelo Diário de Notícias.Trata-se de uma questão oportuna.E,se me é permitido,sugiro que se não fique pelo doce.Porque não um menu completo?Um exemplo apenas:caldo verde,sardinha assada(ou entrecosto para quem prefere carne...),broa de milho,vinho de um qualquer uma das regiões e a amarguinha.Imaginem o sucesso!

publicado por José Manuel Constantino às 16:16

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Autor: JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
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