Destacadas figuras da sociedade portuguesa têm nos últimos dias defendido o serviço público de televisão e, de algum modo, a recusa a qualquer solução de privatização ou concessão da RTP. E desfilados todos os argumentos chegam inevitavelmente à Constituição, a lei das leis, que se invoca sempre que se a situação o justifica para a defesa de certas posições e se manipula e instrumentaliza de acordo com a vontade das maiorias conjunturais que se vão formando, incluindo a que se agrupa no seio de quem a devia apreciar e fazer respeitar, o venerando Tribunal Constitucional. Mas reconhecendo o modo desastroso como o Governo tem conduzido este assunto, o que me surpreende não é tanto a bondade da defesa de um serviço público de televisão. É que no caso em apreço o que isso significou ao longo de muitos anos: a manutenção de uma empresa insustentável que os contribuintes suportam e cujo serviço em nada, repito, em nada pode ser invocado como de interesse público. É negócio puro e duro para quem a administra , negócio para quem com ela contrata e mau serviço público. Que os contribuintes pagam.Resultado:muitos obrigatóriamente a pagar para que uns poucos ganhem muito.Não me importo que ganhem o que merecem.Mas não lhes quero pagar.E não me importo de prescindir do serviço que prestam.É simples.