Mário Soares pede a Cavaco Silva que se faça ouvir. Tem razão. Mas por outras razões que não as que defende. Quando Sócrates vai a Bruxelas comprometer o País sem informar o Presidente da República viola a obrigação de informar o Presidente da República acerca dos assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do país. E ao fazê-lo viola também a Constituição. E quando um primeiro-ministro assim procede e coloca em causa o regular funcionamento das obrigações entre órgãos de soberania não pode continuar como se nada se tivesse passado. Cavaco Silva prefere que sejam os partidos a decidir do futuro do governo aceitando as regras que o próprio governo criou para continuar. Quando o que José Sócrtaes fez justificaria de um Presidente da República a imediata censura. Ouvindo o Conselho de Estado e decidindo de acordo com a gravidade dos factos e da situação.