Os tempos que vivemos exigem redobrada atenção dos titulares de cargos públicos designadamente de cargos políticos. Os tempos são propícios a radicalismo e a demagogia. E se os políticos não percebem que tudo quanto fazem é ainda mais escrutinado que em outras ocasiões, então, o risco de se porem a jeito é grande e depois não se podem queixar. É o caso do grupo parlamentar socialista cujo incómodo com o dossier das viaturas é indisfarçável.
O orçamento da Assembleia da República é desde logo algo indecoroso. Ter de ser os contribuintes a financiar o grupo desportivo do Parlamento ou a associação de antigos deputados é lamentável. Menos o é a necessidade de adquirir viaturas ou o seu aluguer. Os deputados precisam de viaturas para o trabalho parlamentar e o problema não esta na necessidade de as assegurar. Mas ao não impor qualquer limite ao valor comercial das mesmas (coisa que o PS legislou e bem, no governo anterior por exemplo, para os administradores das empresas publicas e municipais, ainda que a maior parte tenha ignorado essa obrigação) e ao ter optado por gamas altas é óbvio que se expuseram às criticas. E com razão.A dignidade das funções e a segurança técnica das viaturas era possivel ser garantidas com viarturas de outras marcas e mais baratas. Porventura sem o status das marcas escolhidas E até um homem sensato e inteligente como o Francisco Assis parece não perceber o que se passa. E um seu colega, Carlos Zorrinho, não encontra outra explicação para além que a democracia tem custos. Pois tem. E um deles é o fazer despesas com o dinheiro dos outros!