Quando a gente pensa que sabe todas as respostas,vem a vida e muda as perguntas

19
Out 12

Os tempos que vivemos exigem redobrada atenção dos titulares de cargos públicos designadamente de cargos políticos. Os tempos são propícios a radicalismos e a demagogias. E se os políticos não percebem que tudo quanto fazem é ainda mais escrutinado que em outras ocasiões, então, o risco de se porem a jeito é grande. E depois não se podem queixar. É o caso do grupo parlamentar socialista cujo incómodo com o dossier das viaturas é indisfarçável

O problema das viaturas do Estado é em si mesmo um tem delicado. Pelo que custam mas sobretudo pelo modo como são utilizadas. Valem por mil discursos sobre o modo como os bens públicos são administrados. Recordo-me de um ministro, que tendo abandonado o governo, fez publicar no Diário da República um agradecimento ao respetivo motorista destacando as suas qualidade de serviço entre as quais o apoio que sempre prestou à família do governante. É indecoroso o modo como as viaturas são utlizada sendo evidentes, em muitos casos, utilizações abusivas e de claro peculato. Mas neste particular a situação é outra.

O orçamento da Assembleia da República é desde logo algo indecoroso. Ter de ser os contribuintes a financiar o grupo desportivo do Parlamento ou a associação de antigos deputados é lamentável. Menos o é a necessidade adquirir viaturas ou o seu aluguer. Os deputados precisam de viaturas para o trabalho parlamentar e o problema não esta na necessidade de as assegurar. Mas ao não impor qualquer limite ao valor comercial das mesmas (coisa que o PS legislou e bem, no governo anterior, por exemplo, para os administradores das empresas publicas e municipais, ainda que a maior parte tenha ignorado essa obrigação) e ao ter optado por gamas altas é óbvio que os deputados socialistas se expuseram às criticas. E com razão. A dignidade das funções e a segurança técnica das viaturas não têm a ver com a cilindrada das viaturas e eram possíveis ser garantidas com viaturas de outras marcas e mais baratas. Porventura sem o status das marcas escolhidas. Mas com igual grau de satisfação para as necessidades que existem.

Um homem sensato e inteligente como o Francisco Assis não percebeu o que se passou. E  um seu colega, Carlos Zorrinho, não encontrou  outra explicação  para além de que a democracia tem custos. Pois tem. E um deles é o de fazer despesas com o dinheiro dos outros!

 

Publicado na edição de hoje do Primeiro de Janeiro

publicado por José Manuel Constantino às 10:26

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.


Outubro 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
11
13

14
15
16
20

21
23
24
25
27

28
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
Autor: JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
pesquisar
 
blogs SAPO