Em alguns círculos existe a opinião de que os portugueses são a favor de cortes na despesa do Estado mas não pretendem que eles ocorram nas áreas onde contabilisticamente seriam mais significativos (saúde, segurança social e educação)porque socialmente penalizantes. Esta tese, deixa por discutir uma outra realidade: a do corte de despesas que pesando menos na redução da despesa configuram uma atitude de responsabilidade e um exemplo perante aqueles que se servem e a quem se impõem sacrifícios. Por exemplo, os custos inerentes ao desempenho dos titulares de cargos públicos e respetivas assessorias, com esta ou outra designação. E o modo, criterioso ou não, como desempenhem as respetivas funções. Quer no âmbito estritamente político, quer no da administração pública existem muitas economias por fazer designadamente a privilégios de status e despesas de funcionamento. A sua anulação em nada prejudica a qualidade do serviço público prestado e seriam um exemplo de rigor e de moralização num momento tão difícil como aquele que o país passa.