Redefinir as funções do Estado é um exercício indispensável. Já o era em 2003 e o tempo que passou só acentuou essa necessidade. E redefinir essas funções não é necessariamente rever as suas obrigações sociais à luz da doutrina que construiu os estados democráticos modernos. Mas definir o que deve ser garantido pela administração pública como serviço do Estado e aquilo que pode ser garantido por outras entidades de natureza pública ou privada. Esta discussão não é propriedade dos partidos políticos. Pelo que o apelo de Pedro Passos Coelho peca por dois motivos: é um apelo do governo apenas ao partido socialista; é feito numa altura em que o proponente esta fragilizado politicamente. É pena que o tenha feito como fez. E que tenha perdido o tempo e oportunidade política para o fazer.