Quando a gente pensa que sabe todas as respostas,vem a vida e muda as perguntas

28
Mar 06

O desporto nasceu na Europa. As principais modalidades desportivas surgiram na Europa. As principais organizações desportivas internacionais foram criadas e estão sedeadas na Europa. As mais importantes competições desportivas internacionais tiveram a sua origem na Europa.A história do desporto mundial não é redutível à história do desporto europeu. Mas ocupa nela a sua parte mais significativa. São razões suficientes, históricas e culturais, para pensar que no âmbito da construção europeia o desporto deva ocupar um espaço próprio e significativo como prática social de génese e de forte tradição europeias. O que, infelizmente, não tem ocorrido.

A questão europeia tem sido motivo de inúmeros debates, reflexões e acesas discussões. Poucas são as áreas de actividade social do país que não tenham sido atravessadas por esses debates. O desporto nem tanto. Em parte, porque o desporto, enquanto espaço de uma importante actividade comunitária tem tido o seu debate quase que circunscrito às questões do desporto profissional. E a dimensão económica do desporto retira substância a uma visão política quanto ao papel do desporto na construção da identidade europeia. Mas, também, porque o país é tributário de um défice de debate em torno das questões de política desportiva europeia.

As questões europeias do desporto estão muito marcadas pela livre circulação dos desportistas decorrente do chamado acordão Bosman. O que é pouco e o que é, passa ao lado do mais importante: qual é a lógica das políticas desportivas europeias e em que sentido caminham? Que contributo pode dar a política europeia, de modo a que os sistemas desportivos sejam mais fortes, mais coesos, mais solidários e mais desenvolvidos? O que significa a União Europeia para o desporto? Esta são algumas das perguntas que têm de ser respondidas.

publicado por José Manuel Constantino às 09:01

Apesar de tudo, esta Europa, cultiva instintivamente o eurocentrismo. Atente-se que 20% dos federações nacionais filiadas nas Federações Internacionais (FI) são europeias; 33% das FI foram criadas e fundadas na Europa; 80% dos membros fundadores das FI eram europeus; a administração de 75% das FI estão localizadas na Europa; 46% dos Presidentes das FI são europeus. Este quadro colhido por Bernd Schulze num estudo empírico ("International sports federation: representatives of a European movement culture", in EUROPEAN Journal for Sport and Society, vol 1, n.º 1, 2004) sobre as características universais das federações internacionais, nos finais do século XX, o autor conclui que a organização desportiva, independentemente de o desporto ter sido inventado na Europa, ainda hoje está fortemente influenciada pelos europeus e respectivos interesses. Contudo, esta quase global europeização do desporto está longe de descaracterizar o que é tipicamente nacional ou local. O testemunho de Heysel revela a ruptura dessa globalização que parece não querer compatibilizar as más consequências da sua actuação com o direito vigente algures. É por isso oportuno que a europeização global do desporto assuma igualmente a europeização global do direito, não apenas do interno, de que é acérrimo defensor, mas também do dos países onde a imunidade não se compadece com os acidentes desportivos indesejáveis. O que é o melhor sinal para a continuidade positiva da europeização do desporto, tanto a nível endógeno como exógeno. Enviado por João Boaventura em abril 28, 2005 04:32 PM Assim fica mais completo.
João Boaventura a 30 de Março de 2006 às 15:53

Acrescentarei que o meu anterior spot, foi publicado em 28.4.2005, e reproduzido do http://chabert.blogs.sapo.pt.
O que estranho é que na lista dos links dos Estados d'Alma, não figure o do Dr. Chabert (Desporto e Sociedade), precisamente aquele que trata dos estados de alma do desporto. Porquê?
João Boaventura a 30 de Março de 2006 às 16:25

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Autor: JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
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